Margem de contribuição
Definição clássica:
- Margem por que é a diferença entre o Valor da Venda (preço de venda) e os Valores dos Custos e das Despesas específicas destas Venda, ou seja, valores também conhecidos por Custos Variáveis e Despesas Variáveis da venda.
- Contribuição porque representa em quanto o valor das vendas contribui para o pagamento das Despesas Fixas e também para gerar lucro.
Falando sobre custos industriais, serviços ou margem de contribuição levaremos em conta que impostos das vendas não são custos ou despesas, todos os cálculos de rentabilidade devem ser feitos com seus valores líquidos, impostos não pertencem à empresa, ela é apenas uma intermediária da tributação. Afinal quem paga é o consumidor final. Conclui-se então que não devemos ter preço total final “Nacional” e sim regional, exceção claro a empresas do Simples, mas mesmo assim há o fator da Substituição Tributária do ICMS, pois cada Estado tem o sua Margem de Valor Agregado.
O conceito que iremos detalhar será de identificar ao máximo os custos diretos dos quais podemos atribui-los com a maior acurácia possível para a produção de um determinado produto. O que for não identificável será considerado como despesa fixa, digamos assim, todas as despesas de produção que são rateáveis consideraremos como fixas.
Exemplo de apuração de Margem de Contribuição:
1 Preço de venda (líquido de impostos)
2 Custos: (relacionando os itens identificáveis como custo direto), neste caso a empresa deverá construir uma estrutura de produtos, como se fosse uma receita de bolo, com base em estudos de desenvolvimento do mesmo em laboratório.
- Matérias Primas (líquidas de impostos).
Ideal considerar perdas na produção caso haja, exemplo: indústrias de metalurgia há perda na serragem, em rebarbas de prensagens, usinagens, etc.
- Mão de obra direta – Considerar mão de obra ligadas a paradas para setup.
3) = Margem Bruta (1-2)
- Hora Máquina –
Pode ser determinada mediante os seguintes fatores:
I-Depreciação ou amortização dos equipamentos utilizados diretamente na produção de produtos.
II-Energia Elétrica – Identificável em estudo em laboratório com base no fator de potência nominal dos equipamentos de produção.
III-Custo dos insumos: como exemplo podemos citar em uma indústria metalúrgica que pode consumir fresas, pastilhas, postiços, óleo lubrificante, etc.
IV-Custo de manutenção: Pelo histórico da empresa o quanto o equipamento costuma gerar de custo em determinados períodos.
V-Aluguel ou depreciação do prédio
Nota: Estes custos não devem ser previamente estabelecidos e estáticos e rateados indistintamente para todos os produtos que tenha etapa de produção em um determinado equipamento, e sim absorver seu custo pelo tempo do processo de cada um, tudo isto deve ser determinado pela estrutura de produto e também pelas ordens de produção que também servem para dar um norte ao departamento de Planejamento e Controle da Produção.
- b) Frete – Identificável no cadastro do cliente.
- c) Comissão – Identificável no cadastro de vendedores ou representantes.
- d) Bonificações – Em Descontos para determinados clientes por intermédio de remessa por bonificação em produtos
- e) Acordos comerciais – Contratos com grandes redes, participações em ações tais quais verba para inauguração de lojas, verbas promocionais como jornais e publicidade das redes.
- f) Descontos financeiros.
- g) Demais despesas identificáveis
4) = Margem de Contribuição: (3-a-b-c-d-e-f-g)
Exemplos de custos fixos:
Aluguel, segurança, limpeza, mão de obra indireta de produção, materiais de escritório fabril, etc.
Exemplo de despesas fixas:
Mão de obra administrativa, energia elétrica administrativa, água de consumo administrativo, materiais de escritório, correios, segurança, limpeza, etc.
Nossa primeira missão será desenvolver as estruturas de produtos, descrevendo passo a passo o uso de matérias primas, embalagens, insumos, horas de trabalho, horas máquina, etc.
Segue abaixo um exemplo de estrutura de produtos:
PRODUTO XYZ | DGF | CUSTO | |||||||||||||
MP | M.O.D | VAR.1 | Depr | VAR2 | TOTAL | ||||||||||
30,8801 | 4,80 | 15,71 | 2,85 | 11,01 | 70,34 | ||||||||||
TAXAS | TEMPO PEÇAS | ||||||||||||||
TEMPO | MAT. PRIMA | M.O.D | HORA MÁQUINA | MINUTOS | SEGUNDOS | PEÇAS | Custos | Acum. | |||||||
DESCRIÇÃO | RECURSO | C.C | Qtde | UNIT | TOTAL | TAXA | CUSTO | VARIÁVEL | POR PEÇAS | POR PEÇAS | POR HORA | Custo | C.Custos | ||
PRODUTO ACABADO | |||||||||||||||
EMBALAGEM | EMB | 1000 | 0,0100 | 0,00 | 0,00 | 0,60 | 36,00 | 100,00 | 70,34 | 1000 | |||||
INSPECAO FINAL | INSP | 900 | 10,0000 | 0,00 | 0,00 | 0,00 | 0,00 | 600,00 | 36000,00 | 0,10 | 70,34 | 900 | |||
USINAGEM | CENTRO UNISAGEM 1 | 800 | 0,0667 | 0,00 | 23,19 | 1,55 | 48,07 | 4,00 | 240,00 | 15,00 | 70,34 | 800 | |||
INSPECAO MAGNAFLUX | EMAT C | 700 | 0,0083 | 0,00 | 21,11 | 0,18 | 84,34 | 0,50 | 30,00 | 120,00 | 63,55 | 700 | |||
JATEAR | JATEADEIRA K | 600 | 0,0038 | 0,00 | 20,15 | 0,08 | 24,10 | 0,23 | 13,85 | 260,00 | 62,49 | 600 | |||
LIXAR REBARBA | LIXADEIRA X | 500 | 0,0143 | 0,00 | 20,15 | 0,29 | 24,10 | 0,86 | 51,43 | 70,00 | 62,25 | 500 | |||
TEMPERAR E REVENIR | TANQUE Y | 400 | 5,2000 | 0,00 | 0,00 | 0,00 | 0,00 | N/A | N/A | N/A | 61,38 | 400 | |||
AQUEC/PREP/FORJ/REB. | PRENSA Z | 300 | 0,0167 | 0,00 | 155,65 | 2,59 | 634,85 | 1,00 | 60,00 | 60,00 | 56,30 | 300 | |||
CORTAR | SERRA A | 200 | 0,0156 | 0,00 | 7,77 | 0,12 | 50,09 | 0,94 | 56,25 | 64,00 | 32,13 | 200 | |||
AÇO XYZ | MP | 100 | 7,5800 | 4,07 | 30,88 | 0,00 | 0,00 | 0,00 | 30,88 | 100 | |||||
Seguindo o raciocínio consideraremos esta estrutura como custo padrão, ou comumente chamada de custo standard, vejamos então em um exemplo hipotético:
Uma indústria tem em sua linha de produção cem itens, cada um com sua estrutura cadastrada, final de mês a empresa produziu x números de peças de cada item, tem x números de produtos em fase de produção (Produtos semiacabado). Dentro dos produtos produzidos acabados há produtos que foram iniciados e encerrados no próprio mês e produtos que foram iniciados no mês anterior e encerrados neste mês fechado.
Para tanto é necessário acompanhamento de Ordens de Produção que estão em andamento na fábrica, e também as que se encerraram dentro do mês, para sabermos exatamente o momento que serão alocados os custos variáveis de cada produto. Como saber quais são estes custos variáveis alocáveis? Simples, deverão estar nas estruturas.
A partir daí segregaremos pela explosão destas estruturas os materiais, embalagens, mão de obra, hora máquina, etc. que foram necessários para a produção destes itens apontados pelas Ordens de Produção, haverá diferenças entre o consumo real e o consumo teórico que poderão ser mensurados, como exemplo mão de obra direta. Neste caso parte da mão de obra tornou-se custo variável e a parte que não foi aproveitada se tornará custo fixo, então entenderemos que ou temos um número superdimensionado para as tarefas ou teremos que afinar as estruturas para a realidade da fábrica, este exercício afinará os controles e teremos uma ferramenta mais confiável para fazermos nossa precificação. Também serve de exemplo para matérias primas consumidas, uma vez que por problemas em máquinas, estampos, moldes, etc. Poderemos estar perdendo muito mais material que imaginávamos.
O processo tem de ser acompanhado, medido e testado constantemente, tenho como exemplo de uma empresa em que desenvolvi um trabalho que entre um de seus produtos havia a fabricação de sabão em pó, o custo era todo embasado nas necessidades determinadas por estrutura de produtos em matérias primas em estado natural alguns deles com teores de líquidos em sua composição, acontece que este produto sofria dentro do processo uma fase de exposição a altas temperaturas em um reator, então obviamente a quantidade em quilos de produtos que entravam em processo produtivo não era a mesma quantidade de produto acabado que saia na ponta final. Para ilustrar e dar um paralelo deste problema imagine um processo mais simples de uma empresa que produz leite em pó a quantidade de quilos que entra em produção não é a mesma que se transforma em produto acabado. Então a empresa estava fazendo o custeio errado e consequentemente o preço de venda errado, a margem de contribuição era muito menor que o imaginado.
Com todos estes processos afinados podemos extrair os seguintes indicadores, como resultado desta implantação:
Margem de Contribuição por Produto
Nota - Fórmula da Margem de Contribuição: Preço de Venda=(Custos Variáveis + Custos Fixos + Despesas Fixas + Lucro Desejado)
Medir a Eficiência da Mão de Obra
Medir o Nível da utilização da Capacidade instalada
Medir as Eficiências dos Processos.
Medir Horas de produção paradas
Medir o Tempo dos reparos de equipamentos industriais.